Eu te pinto com as cores imaginárias que enfeitam minha mente Num canto, até então abandonado e exposto, encosto minha tela e me deixo fluir Como será teu olhar ao amanhecer, teu sorriso de bom dia? Pinceladas marcam teus contornos, teus relevos e depressões A realidade pouco me importa, me deixe trazer a tona o que eu mesmo construí Te fotografo a beira...
É que eu sinto medos incabíveis, calafrios sem nome. Uma hora, fujo para o norte com medo do frio Para, logo em seguida, me encontrar encoberta de quentes memórias em abrigos que não me cabem mais Que me sufocam Me esvaziam Me prendem nessa rocha que insisto em chamar de lar E o quê preenche esse vazio? Você sabe? O buraco entre-aberto-entre-entranhas sente-se...
