[Escrevi ouvindo "Start Again", de Gabrielle Aplin]
Os olhos sempre deixam transparecer a confusão que não se expõe
Gosto quando abruptamente se faz necessário largar a estabilidade da vida cotidiana.
Esse ciclo entediante, que feito semáforo, nos faz viver a vida de um jeito repetitivo.
3 que vem depois de 2 que vem depois de 1.
C que vem depois de B que vem depois de A.
Está tudo bem, está tudo certo, está tudo bem.
Até que, aparece o Outro.
E a lógica se perde. A continuidade se rompe.
É necessário reaprender a direcionar passos. A posicionar mãos.
A encaixar bocas, em beijos.
Sofrer da ansiedade que precede a fala.
Perder o controle fisiológico das pulsões, das tremedeiras, do suor.
Perder o controle psicológico do desejo, do contato, do tempo.
Sentir de maneira intrínseca uma falta que não é capaz de controlar. Ficar sem ar.
Esquecer compromissos, adiar reuniões.
Só pra poder sentir um cheiro. Um gosto. Um toque.
Sentir o prazer que te causa o Outro.
Mas o que mais me toca é o olhar emoldurado do sujeito apaixonado.
Porque ali, habita a sinceridade em sua forma mais pura.
E não há pedaço de matéria mais belo que dois olhos que brilham ao ver o objeto de desejo.
Eles se mantem fixos. E então se desviam, quando não sabem o que fazer com a confusão que não se expõe. Quando não sabem qual a forma ou a maneira correta de direcionar um sentimento.
Olhos apaixonados sorriem.
Olhos apaixonados que se cruzam e se correspondem, produzem sorrisos que se exibem pelo corpo todo.
É nessa hora que a escuridão, o desconhecido e a agonia se transformam em amigos.
Porque essa é a magia da paixão: Não saber quando ela ocorrerá novamente, nem com quem, nem qual será a história dessa vez.
E, mesmo assim, ficar feliz ao saber que, a cada dia que passamos sozinhos, estamos um dia mais perto de vivermos dias apaixonados.
Porque essa é a loucura da paixão: Desejar que nossa superfície se rache, que nosso mundo desmorone.
Desejar que alguém apareça e te diga que nada é aquilo que você pensou ser. Que faça você sentir muito por ter vivido tantos dias sem ela. Que te faça sentir falta de coisas que nem aconteceram.
Porque esse é o veneno da paixão: Ansiar pela contaminação causada por algo que toma conta de seu corpo, sua alma, sua vida.
Que é droga e antídoto na mesma substância.
Que não tem cura... mas cura.
"And oh, I can't wait to start again..."
Os olhos sempre deixam transparecer a confusão que não se expõe
Gosto quando abruptamente se faz necessário largar a estabilidade da vida cotidiana.
Esse ciclo entediante, que feito semáforo, nos faz viver a vida de um jeito repetitivo.
3 que vem depois de 2 que vem depois de 1.
C que vem depois de B que vem depois de A.
Está tudo bem, está tudo certo, está tudo bem.
Até que, aparece o Outro.
E a lógica se perde. A continuidade se rompe.
É necessário reaprender a direcionar passos. A posicionar mãos.
A encaixar bocas, em beijos.
Sofrer da ansiedade que precede a fala.
Perder o controle fisiológico das pulsões, das tremedeiras, do suor.
Perder o controle psicológico do desejo, do contato, do tempo.
Sentir de maneira intrínseca uma falta que não é capaz de controlar. Ficar sem ar.
Esquecer compromissos, adiar reuniões.
Só pra poder sentir um cheiro. Um gosto. Um toque.
Sentir o prazer que te causa o Outro.
Mas o que mais me toca é o olhar emoldurado do sujeito apaixonado.
Porque ali, habita a sinceridade em sua forma mais pura.
E não há pedaço de matéria mais belo que dois olhos que brilham ao ver o objeto de desejo.
Eles se mantem fixos. E então se desviam, quando não sabem o que fazer com a confusão que não se expõe. Quando não sabem qual a forma ou a maneira correta de direcionar um sentimento.
Olhos apaixonados sorriem.
Olhos apaixonados que se cruzam e se correspondem, produzem sorrisos que se exibem pelo corpo todo.
É nessa hora que a escuridão, o desconhecido e a agonia se transformam em amigos.
Porque essa é a magia da paixão: Não saber quando ela ocorrerá novamente, nem com quem, nem qual será a história dessa vez.
E, mesmo assim, ficar feliz ao saber que, a cada dia que passamos sozinhos, estamos um dia mais perto de vivermos dias apaixonados.
Porque essa é a loucura da paixão: Desejar que nossa superfície se rache, que nosso mundo desmorone.
Desejar que alguém apareça e te diga que nada é aquilo que você pensou ser. Que faça você sentir muito por ter vivido tantos dias sem ela. Que te faça sentir falta de coisas que nem aconteceram.
Porque esse é o veneno da paixão: Ansiar pela contaminação causada por algo que toma conta de seu corpo, sua alma, sua vida.
Que é droga e antídoto na mesma substância.
Que não tem cura... mas cura.
"And oh, I can't wait to start again..."